quarta-feira, agosto 25, 2010

O Marceneiro!®


Sempre que chega o fim do ano entramos naquele processo de fazer novas promessas, velhas promessas também – geralmente as não cumpridas durante àquele ano –, reformulações em nossas vidas, traçamos novas metas, surgimos com novos objetivos, o pensamento viaja e estaciona no tudo vai dar certo dessa vez.

Afinal é ano novo. Vida nova. Tudo novo.

E foi pensando no tudo novo que Lula resolveu despachar em outra praia durante o ano e meio que durou a reforma do Palácio do Planalto. E eu pergunto pra que isso tudo?

A obra que era para ter sido entregue em fevereiro atrasou um pouquinho. Ela foi entregue ontem, mas ainda assim faltam alguns detalhes. Só pode ser culpa do estagiário da marcenaria.

E achar hoje um bom marceneiro, somente mesmo por indicação. É o ideal. Saber de suas obras já realizadas é como se fosse seu cartão de visitas. E saber se ele cumpriu tudo o que prometeu é também outro detalhe importante.

E é nesses detalhes que temos que prestar atenção. Afinal estamos prestes a escolher novos e velhos “marceneiros” da política – as aspas cabem aqui para preservar e não faltar ao respeito com essa nobre profissão – que irão modelar nossas vidas pelos próximos quatro anos.

Não é bobagem nem coisa à toa. É sério.

Não achei sério o governo ter gasto R$ 96 milhões nessa reforma do Palácio se outras coisas estão precisando de reparos mais urgentes, mas que sempre acaba caindo naquela de que não há recursos. Como assim não há? Que eles existem disso não tenho dúvida. Só tenho dúvida qual a obra que o governo considera primordial para ele e para quem o elegeu.

E ai vem à certeza de que governo não olha na mesma direção que nós olhamos.

E quem o elegeu quer ver serviço. Mas alguns se contentam com uma Bolsa. Apenas. Coisa pequena. Sem valor. Prêmio de consolação. Desolação total. Mas que vem conseguindo exercer um “tá tudo bem, vamos esperar, afinal o governo tem muita coisa na cabeça”.

Coitado do governo, tão assoberbado.

Assoberbado fico eu vendo a saúde, por exemplo, ser tratada sem nenhuma atenção e ir minguando cada vez mais e aos poucos. E ela já está decrépita. Isso não é nenhuma novidade. Nunca foi. E mesmo assim a reforma do Palácio onde Lula nem fica por muito tempo, pois vive pulando de “porto em porto” com suas viagens ao redor do mundo, se faz mais importante do que abrir alguns novos postos de atendimento, investir em hospitais, remunerar melhor nossos médicos. E isso não entra pela minha garganta. Entala. E entalado devo ficar, pois se for procurar atendimento médico público poderei não sobreviver até conseguir ser atendido.

E aí a raposa do governo vem dizer que por não ter dinheiro quer criar a tal da CSS (Contribuição Social para a Saúde) que de contribuição não tem nada, pois até onde sei contribuição contribui quem quer. E agora tenta imaginar o que se poderia fazer com R$ 96 milhões nas mãos para investir na saúde? Mas não é só a saúde que precisa de assistência. A educação também clama por ajuda.

Está tudo errado. Então a hora é essa. É agora. É já.

É hora de pensar em reformas que queremos que sejam feitas, de metas que queremos que sejam cumpridas. Mudanças. Mudar. E não nos calar.

E temos então que parar, pensar, avaliar e escolher quem serão e de que tipo os “marceneiros” que iremos contratar em todos os poderes para que eles sejam os escultores de um país melhor, com mais igualdade social, mais oportunidades, mais saúde, mais educação.

Já tivemos “marceneiros” de todos os tipos. Temos que ter a sorte de que os escolhidos farão da madeira não a sua máscara, o seu rosto, mas sim a sua melhor obra prima.

E enquanto eles não chegam...

Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambiente fechado.

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