quarta-feira, maio 13, 2009

Bundas à parte..®


Antes que me condenem e que me chamem de pornográfico, mal-educado ou sei lá o que, já coloco Gilberto Freyre – educador, Juiz de Direito e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito de Recife – como precursor no uso da bunda. Da bunda como objeto de estudo e como relato em seu texto: “Bunda – Paixão Nacional”.

Aliás, e a propósito, a bunda já foi também discutida na Alerj, num projeto de lei de 2005, levado pela deputada Alice Tamborindeguy, que iria proibir de bundas aparecerem em nossos cartões postais. (até escrevi sobre o assunto na época: Bundas Nunca Mais).

Mesmo não estando em nenhum cartão postal, Caetano que é Veloso, afirmou em recente entrevista que a bunda mais bonita seria a do Tony Garrido. Onde ele viu a bunda de Tony não é realmente problema nosso.

Por outro lado, se torna problema nosso, ver alguns políticos, flagrados usando Bolsa. Se a Bolsa fosse simplesmente uma bolsa, nem teria tanto problema. Cada um com seu cada qual.

Vai que é a última moda em Paris? Ou na Estônia? Ou mesmo em Moçambique?

Mas a Bolsa (notem que o B é maiúsculo) usada é moda só em Brasília. Onde mais poderia ser?

Pois é, talvez não seja somente Sérgio Moraes, o tal que é do Conselho de Ética, e que está se lixando para tudo e para todos. Junto com ele, se unem 577 políticos que estão usando o Bolsa Família, a princípio criado para beneficiar famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 69,01 a R$ 137,00), mas que por algum milagre, conseguem se incluir nessa lista. Que conta também com a ajuda de 3.791 mortos, 106.329 donos de carros, caminhões, tratores e motos e nem quero imaginar os fantasmas. Fantasma é fantasma. Morto é morto.

O incrível é que não sei como o nosso sistema de saúde não entrou em colapso com tantos casos de pessoas se (auto) lixando para a opinião pública. Haja mertiolate para tratar de tanta gente.

A explicação para isso talvez seja que somente um caso foi confirmado: O caso Sérgio Sem Ética Moraes. Os outros casos e suspeitos ainda não se pronunciaram.

Pronunciado ou não, o caso é mais grave ainda. Como pode alguém sem ética nenhuma e do Conselho que tem a ética em seu nome, continuar batendo o pezinho e dizendo: “Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira” e ficar tudo por isso mesmo? Tá parecendo até o Jackson Lago do Maranhão que fez birrinha também, mas acabou saindo saído.

Ainda mais sabendo agora que Sérgio Sem Ética Moraes, usa parte de sua verba indenizatória para pagar seu advogado nas ações que tramitam no STF contra ele mesmo. Pode isso? Será que ele acha que por ter indenização no nome da verba ele já está se indenizando por conta mesmo que de forma indireta?

Mas ele não é culpado? De que? Você ainda tem coragem de perguntar?

Culpado de não exercer sua melhor função no cargo que entregaram em suas mãos e que alguém um dia achou que ele fosse fazer bonito e encher seus pais e eleitores de puro orgulho.

Essa parte ele não fez. Talvez tenha esquecido para que serve um deputado.

Ou talvez ele e seus amiguinhos de plenário achem que com a nova reforma ortográfica (que até hoje eu não entendi e ninguém conseguiu explicar direito o porquê, muito menos me convencer de que valeu) o significado das palavras mudou.

Não, senhores deputados, deputar continua sendo um verbo transitivo e significando encarregar de uma missão, delegar. A conta é simples. Nós deputamos vocês e, por conseguinte vocês deveriam estar deputando. Não existe melhor gerúndio para definir isso.

E na carona, vou estar pedindo a todos os santos que deem um pulinho lá em Brasília. Só preciso falar com a Heloísa Helena para ver se ela ainda tem uma passagenzinha que eu possa usar. Nem é pro estrangeiro. É para um pai de santo meu amigo lá da Bahia.

E lá da Bahia me baixa a inspiração de citar Nietzsche que disse sabiamente: “Impossível existir justiça real numa sociedade onde há diferentes níveis de poder e onde os poderosos sempre vão explorar os fracos”.

No momento os lá de Brasília se acham os todos poderosos, mas no dia em que nós deixarmos de ser o elo fraco e conseguirmos nivelar o nível de poder que nós temos através de nosso voto, justiça começará a ser feita. De uma forma ou de outra.

Mas enquanto isso não acontece...

Salvem as baleias. Não joguem lixo no chão. Não fumem em ambientes fechados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá !

teu texto é muito bom....já te disse e digo novamente....
deverias substituir Diogo Mainard
ou outro qualquer em revistas nacionais como Veja.....
O mundo precisa de críticos concientes.
abç